quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Tempos e espaços que garantam os direitos das crianças


Reorganização do espaço do refeitório



1ª etapa – Diagnóstico











O espaço em uma instituição de ensino é revelador de concepção de criança e educação. 

Partindo deste principio  ao analisar o espaço do refeitório foi necessária reorganiza-lo de maneira a garantir que por si só educa-se as crianças atendendo alguns critérios:
  • Aconchegante e acolhedor;
  •  Acessível a crianças;
  •  Estimulantes;
  •  Bonitos;
  •  Asseado;
  •  Organizado e,
  •  Seguro.
A Secretária Municipal de Educação de São Paulo realizou uma compra de moveis para refeitório, pois na maioria dos CEI eles eram bastante antigos, advindos da Secretária Municipal de Assistência Social, órgão responsável pelas creches.
Alguns  gestores da DRE S. Mateus reuniram-se para avaliar o material e pensar em possibilidades, vistos que os moveis recém adquiridos não eram adequados a faixa etária atendida, sendo que muitos gestores como o CEI Jardim Helena precisou serrar as pernas das mesas e cadeiras numa tentativa adequar.
De posse dos documentos encaminhados para a DRE São Mateus foi realizada uma nova compra de moveis de tamanho adequado a atender a faixa etária, porém não foi divulgado as equipes gestoras os estudos realizados sobre mobiliário  e o que deveria ser feito com o material adquirido.

2ª etapa – reorganização do mobiliário do refeitório



Ao chegar à unidade a nova coordenadora que havia feito parte da equipe que realizou os estudos resgatou as mesas e cadeiras que estavam espalhadas pela unidade e reorganizou-o as mesmas no refeitório.
Houve necessidade de reestruturar  os horários de alimentação bem como pensar junto com a diretora as funções do quadro de apoio e orienta-los nas novas funções.

3ª etapa – O cuidado com o ambiente

Pensar em um ambiente bonito e fugir dos estereótipos da decoração infantil





Uma estratégia formativa utilizado pela coordenadora pedagógica foi pensar em situações homologas e trazer  bons modelos para equipe.

Primeira reunião pedagógica do ano

    



4ª etapa – Buscar parcerias












5 ª etapa – Implantação do prato de vidro



  


No contrato com as empresas terceirizadas a Secretária Municipal de Educação tomou o cuidado inserir o prato de vidro que deve ser fornecida pelas mesmas.
Alguns gestores não perceberam esta alteração, alguns educadores mostram resistência pela faixa etária das crianças.
Este processo neste CEI foi bastante tranquilo e as crianças se apropriaram rapidamente.
Outro elemento que foi inserido ao refeitório para estimular a autonomia sempre sobre a supervisão dos adultos foi o descarte dos restos de alimentos e o local para que eles pudessem armazenar os utensílios ao final das refeições.

Este é o inicio de uma jornada como toda aprendizagem é processual o que demanda estudo, observação e  muita reflexão para compreender a importância das práticas sociais significativas na educação infantil.

domingo, 9 de setembro de 2012

Avaliação em larga escala na creche


Entrevistas


“É um escalonamento falso”, diz pesquisadora da UERJ sobre método avaliativo aplicado em creches do Rio de Janeiro

Em entrevista ao Observatório da Educação, a professora, pedagoga e doutora em educação Lígia de Aquino, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), fala sobre o método de avaliação e monitoramento do desenvolvimento infantil Ages and Stages Questionnaries-3 (ASQ-3) que está sendo aplicado pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Aquino reflete sobre esse instrumento avaliativo e suas possívei implicações para a educação infantil. Leia a seguir a entrevista na íntegra.

Observatório da Educação – Qual a sua opinião sobre o sistema de avaliação ASQ-3 para educação infantil?

Lígia de Aquino - 
Esse instrumento, assim como outros, é uma proposta por um sistema de avaliação de larga escala. A princípio e de alguma forma, pretende ver impactos, ou seja, em que medidas determinadas ações podem repercutir positiva ou negativamente [na educação]. Mas um sistema de avaliação, quando trabalha com a ideia de escala, está trabalhando com a ideia de medidas, aferição e estabelecimento de padrões e parâmetros. Trabalha com a lógica de comparação, tanto de criar padrão como de comparar e ranquear. Nesse ponto, vários educadores, cientistas sociais e políticos fazem críticas ao instrumento, por sua lógica de medição para fatores ou fenômenos que são altamente variáveis, imprevisíveis e dinâmicos que é o comportamento humano, a dinâmica coletiva e social.

Observatório - Quais os questionamentos quanto a esse método?

Lígia -
 Como medir coisas que não são mensuráveis? Como ranquear ou escalonar aquilo que, por sua vez, não tem como medir? É um escalonamento que podemos dizer que é falso. Aqueles que acreditam nisso, montam uma estratégia e apresentam como se aparentemente tudo fizesse sentido, mas, os números por si mesmos não falam sozinhos. Há um não convencimento de que é possível medir algo que não é mensurável. Você valora e pode dar significado, agora atribuir valor/quantidade é um de nossos questionamentos.

Observatório - A avaliação estabelece padrões únicos avaliativos?

Lígia -
 Outra crítica é qual a finalidade de se estabelecer padrões e para que padronizar comportamentos, o que estamos pretendendo? No campo da educação, qual o projeto de formação humana, qual a visão que a gente tem do que vêm a ser o ser humano, os coletivos humanos, a sociedade em que a gente vive? O que a gente pretende? São modelos padronizados para lidar com o diverso, o variável, com o que está fora do previsto. Isso não quer dizer que a gente não possa ter planejamento, mas um que seja aberto e não fechado. Há toda uma tensão de fundo que eu entendo ter um caráter ideológico, mostra a visão de mundo que temos e se é uma visão de um mundo padronizado e controlado ou aberto ao imprevisível, à criação, ao surpreendente e ao improvável.

Observatório – Pode-se afirmar que há uma relação entre a avaliação e o currículo?

Lígia - No campo da educação infantil, uma das coisas que eu discuto é a questão do currículo da educação infantil. Quando você estabelece um instrumento de avaliação, ele aparentemente diz que é um instrumento, mas indiretamente está pautando o currículo. Se ali está dito que a Secretaria, a direção ou alguém irá avaliar e observar determinados comportamentos, conhecimentos, hábitos e aptidões, de certa forma se direciona o que se quer para [a formação] de determinadas pessoas.

Observatório – Fale sobre esse direcionamento.

Lígia -
 É um instrumento muito detalhado para larga escala, não é uma coisa de se estabelecer alguns princípios onde cada rede, grupo, instituição vai discutir dentro daqueles princípios o que de fato ela quer observar, como irá observar e em que momento. Nesse sentido, você deixa que emerja de fato a riqueza daquele grupo, as suas possibilidades. Se já se define o que é esperado da criança, se começará a investir que ela faça determinado tipo de coisa porque chegará um momento em que alguém preencherá o questionário e já se começará a treinar a criança, a traçar, olhar somente para algumas questões e a desprezar outras, igualmente ou mais relevantes, para um determinado grupo.

Observatório – Como a avaliação ASQ-3 parece se relacionar com o currículo?

Lígia -
 Nesse caso, o currículo está sendo visto como um currículo prescrito, pré-definido e todo mundo terá que fazer igual. Existe uma distinção no campo do currículo, por alguns especialistas da área que vão trazer outra ideia que é ao invés do currículo ser um instrumento para formar pessoas, seria um instrumento para narrar as nossas experiências, o currículo como narrativa. Nesse caso, se tem uma intencionalidade, mas é aberta para aquilo que emerge nas relações dos grupos, das experiências vividas nos grupos e nos contextos que em cada momento vão se colocando, o currículo sendo construindo nas relações com os sujeitos.

Observatório – Pode citar outros exemplos de consequências em se estabelecer um modelo prescrito?

Lígia -
 Fazendo um paralelo pode-se pensar como os vestibulares acabam de certa forma dirigindo o que irá acontecer no ensino médio. Se (conhecidas universidades) ou agora o ENEM estabelecem os campos do conhecimento, a maneira de traçar o conhecimento e se é mais analítico ou de memorização, isso indiretamente começa a influenciar os currículos das instituições e das redes porque o sujeito terá que responder mais adiante, àquele instrumento. Isso para pensarmos também na educação infantil, porque quando se estabelece um instrumento único e de larga escala, você começa a dizer que em todos os cantos (do país) as crianças terão que ter aquele comportamento mínimo esperado.

Observatório – E quais são os limites do método avaliativo?

Lígia -
 Está se fazendo uma avaliação da criança e não das condições gerais do trabalho. Não se pergunta se existem livros disponíveis na instituição, se a professora diariamente conta história ou se há uma área externa, o que seriam formas de avaliar as condições de trabalho. Quando se tem uma ficha de avaliação para cada criança, se está fazendo uma avaliação de cada criança. Agora, que uso vai ser feito disso, não está muito claro.

Observatório - Quem são os envolvidos na proposição desse método?

Lígia -
 Tem um corpo de psicológicos, de uma linha da psicometria, dessa ideia de que é possível medir comportamentos e atitudes, associado a um grupo de economistas. Parece que estamos voltando aos anos 70 com os economicistas todos com esse discurso de que tem que investir no capital humano e na preparação para o trabalho para fazer crescer a economia. Isso associado a um discurso de que é possível escalonar a cultura e o conhecimento. Então, é aquele discurso de que a população mais pobre tem um déficit cognitivo, linguístico e cultural e que, portanto, tem-se que fazer uma educação compensatória. Isso que estamos vendo são programas de novo com essa ideia, de como fazer um treinamento para cobrir aquilo que eles entendem como déficit. Parece uma nova roupagem, chamada agora de neurociência, antes era a psicometria.

Observatório - Quais os interesses aparentes nisso?

Lígia - 
A impressão é que é uma tentativa de padronizar os currículos e os comportamentos. A prefeitura do Rio criou cadernos para (dizer) o que as professoras terão que fazer a cada dia em sala com as crianças. As professoras viram tarefeiras, cumprindo tarefas quase como aquele personagem Carlitos, de Charles Chaplin, apertando parafusos numa linha de montagem. Cada dia terá uma tarefa a cumprir, cumpriu ou não, passe adiante. Além disso, a padronização vem associada com ações, com produtos que são modelos de educação de pacote fechado que contém planejamento, currículo e material. São esses sistemas privados que têm sido vendidos tanto para a rede privada como para a rede pública, são pacotes fechados. De certa forma, quando se faz essas avaliações, se ajuda a definir certo padrão para alguém chegar, criar e vender um pacote fechado.

Observatório – E como os profissionais em educação infantil do Rio de Janeiro receberam a política?

Lígia -
 Há quase que uma situação de espanto. Eu percebo que o professorado por um lado é parte reativa, mas que não sente muito espaço e condição para reagir. O sistema está muito bem montado, existe uma forma de controle muito intensa e uma vigilância permanente. Se as coisas não caminham direito, corre-se o risco de perder a função e há uma grande relação de insegurança entre os professores.


Texto extraído na integra do Observatório de Educação – Ação Educativa
http://migre.me/aDciz

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

VI Congresso Paulista de Educação Infantil e II Congresso Internacional de Educação Infantil

"Educação Infantil subvertendo ordens? Política, imaginação e fantasia"

A arte e os sentidos 
Bruno Munari
Cada meio tem seus limites
A música é cega
A pintura é muda
A escultura é paralítica
Todos porém com hábeis truques
Procuram render-se por completo
A pintura se esforça por dar volume
A escultura quer movimentar-se
A música...
Depois de algumas centenas de anos
Destas acrobacias
O público está habituado a procurar
O volume na pintura
A cor na musica
O movimento na escultura.

A capacidade de transitar e transcriar inerente aos seres humanos, e que se faz presente nas artes e nas ciências humanas e na política cotidianamente, não tem idade para acontecer. Infelizmente, por processos educacionais de características castradoras, tais caminhos e potenciais sofrem consideráveis diminuições ou são aniquilados. Munari, ao mencionar em sua poesia a coexistência entre arte e sentidos e sua constante mutação evoca a pensar e iniciar respostas para diferentes questões, esclarecendo que nos propomos a participar e contribuir com este debate.

Infância e suas linguagens, aliadas à política e às políticas públicas, constituem por sua vez desafios à nossa compreensão e ainda mais: provocações às práticas pedagógicas daqueles/as que lidam com a infância, em especial, a educação infantil. Ainda atentos às possibilidades infinitas e fecundas de influência das artes e suas linguagens para compreendermos as crianças e suas linguagens ressaltamos que no Brasil artistas modernistas e críticos de arte, tais como Mário de Andrade, Mário Pedrosa, Flávio de Carvalho compuseram um cenário que apontava para a ruptura nos modos de ver as criações infantis, evidenciando a necessidade de dialogarmos com os artistas, críticos e outros tantos que compõem cenários em que a infância e seus processos de criação encontram-se presentes/ausentes. É importante observar que temos no início do século XX brasileiro aqueles que descobrem aspectos da infância, infelizmente, ainda negligenciados por muitos: a capacidade expressiva que pode em sua complexidade investir-se e embalar processos criadores de outros e não apenas de crianças. Artistas mostram-se embevecidos com a infância em seus momentos de expressão materializada em desenhos e pinturas, políticas públicas voltam-se com propostas que demosntram certa compreensão de meninos e meninas como criadores inventivos, desde que nascem. Sabemos que as atuais formulações voltadas à educação infantil de qualidade têm apresentado concepções de infância em que meninas e meninos são vistos como sujeitos histórica e socialmente situados, desde que nascem. Distanciando-se de concepções maturacionistas, são percebidas em sua inteireza.

Grande e desafiador momento este em que numa profusão de olhares e formas de conceber as crianças e em que estar junto com as crianças, com suas manifestações expressivas se constitui como eixo de preocupações, suscita curiosidades e implica formação, debate, diálogo e proposições políticas para a educação infantil. O Congresso Paulista de Educação Infantil – COPEDI – historicamente se constituiu como espaço para debates em que estudantes, profissionais da educação e pesquisadores/as da área de educação infantil têm oportunidade para convergir e confrontar ideias sobre infância e suas complexas e intrincadas relações sociais, culturais, econômicas, históricas e políticas. Rico momento este em que a educação infantil coloca-se no centro das discussões.

Politica, imaginação e fantasia dão o tom a este VI COPEDI. Trata-se de subversão às ordens? Vamos discutir este aspecto, uma vez que sabemos: as crianças com sua rica capacidade de conhecer e apreender mundos reclamam a cada minuto nossa subversão, exigentes mostram novas formas de olhar. E vemos? O VI COPEDI procura problematizar tais questões. A partir da composição de mesas em que essas temáticas estarão presentes em suas mais fecundas e entusiasmadas formas o objetivo será ampliar o leque de debates que têm foco nos meninos e meninas da educação infantil: construtores de culturas infantis, sujeitos históricos e de direitos.

Procura-se aqui provocar a pensar sobre os desafios a serem enfrentados quando se discute arte, imaginação, fantasia, infância e políticas para a educação infantil, concebidas em constante diálogo e não apartadas como frequentemente são vistas.

Bem-vindas e bem-vindos ao VI COPEDI convidando a todos e todas ao debate engajado, apaixonante e necessário.
Terça-feira – 04 de setembro de 2012
SESC Vila Mariana

09:00 – 09:30h: Abertura Oficial


09:30h – 12:00h: Conferência I
"Educação Infantil subvertendo as ordens?"
Gianfranco Staccioli (Universidade de Florença)
Maria Letícia Nascimento (FEUSP)


14:00h – 17:00h: Conferência II
"Políticas, imaginação e fantasia: utopias?"
Claus Jensen (Dinamarca)
Lisete Arelaro (FEUSP)


Quarta-feira – 05 de setembro de 2012
USP
09:00h – 12:00h: Mesas Redondas


Práticas Pedagógicas entre as professoras
Elina Macedo (EAUSP)
Ana Paula de Aguiar Maia Afonso  (SME-SP)
AUDITÓRIO EDUCAÇÃO FÍSICA

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Capítulos Essenciais, John Dewey



Ensaios comentados


Democracia e Educação – Capítulos Essenciais, John Dewey, 136 pág., Ed Ática

Trecho do livro
“ Toda Educação que desenvolve o poder de compartilhar efetivamente a vida social é moral (...).
O interesse em aprender com todos os contatos da vida é o interesse moral essencial”

Marcus Vinicius da Cunha, autor desta resenha, é docente da Universidade de São Paulo (USP)


Conheci Democracia e Educação há pouco mais de 20 anos, quando cursava o doutorado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Desde então, o que mais me impressiona no livro são suas muitas possibilidades de leitura. Essa característica explicita as diversas interpretações do pensamento de John Dewey (1859-1952) que vigoraram na Educação desde o século passado (o livro é de 1916). A influencia de Dewey foi notada também no Brasil, onde a obra foi publicada pela primeira vez na década de 1930 – tendo entre os tradutores Anísio Teixeira (1900-1971).
Demorei alguns anos para formular uma explicação compreensível dessas várias leituras. Tive a oportunidade de registrá-las em algumas publicações e, mais tarde, fui convidado a fazer os comentários de uma reedição do volume.
A interpretação mais comum é a que permite apreender uma série de sugestão para inovar a Educação, tornando o ensino dirigido pela experiência. Trata-se de uma leitura “pedagógica”, muito útil a professores que desejam refletir sobre suas práticas. Aprendemos com Dewey que os objetivos da Educação devem ser compartilhado entre alunos e professores e que o ensino precisa levar à reflexão.
Uma segunda leitura, que podemos denominar “sociológica e histórica”, permite entender que as inovações sugeridas por ele só se tornam efetivas em uma sociedade democrática. E que democracia é, mais do que uma forma de governo, um modo de vida em que os grupos sociais têm liberdade para defender seus interesses em busca de consensos. O autor defende que nunca houve uma sociedade assim, o que impede a realização da democracia e o pensar reflexivo.
As duas primeiras leituras completem-se com a interpretação filosófica.  Dewey nos mostra que o conhecimento deve ser visto como investigação e busca continua pelo que se dá significado e direção a futuras experiências – e não o que se isola no interior da mente. Já a moral, para ele, é o conjunto de disposições que se prestam ao enfretamento dos impasses da vida prática – e não o que nos aliena do mundo por meio de dogmas, servindo à satisfação individual ou do professor. Deste modo, Dewy defende a necessidade de transformar nossas concepções sobre esses dois conceitos para, assim, conquistarmos uma nova Educação.

Revista Nova Escola
Ano XXVII. Nº255 – Setembro de 2012