quarta-feira, 5 de setembro de 2012

VI Congresso Paulista de Educação Infantil e II Congresso Internacional de Educação Infantil

"Educação Infantil subvertendo ordens? Política, imaginação e fantasia"

A arte e os sentidos 
Bruno Munari
Cada meio tem seus limites
A música é cega
A pintura é muda
A escultura é paralítica
Todos porém com hábeis truques
Procuram render-se por completo
A pintura se esforça por dar volume
A escultura quer movimentar-se
A música...
Depois de algumas centenas de anos
Destas acrobacias
O público está habituado a procurar
O volume na pintura
A cor na musica
O movimento na escultura.

A capacidade de transitar e transcriar inerente aos seres humanos, e que se faz presente nas artes e nas ciências humanas e na política cotidianamente, não tem idade para acontecer. Infelizmente, por processos educacionais de características castradoras, tais caminhos e potenciais sofrem consideráveis diminuições ou são aniquilados. Munari, ao mencionar em sua poesia a coexistência entre arte e sentidos e sua constante mutação evoca a pensar e iniciar respostas para diferentes questões, esclarecendo que nos propomos a participar e contribuir com este debate.

Infância e suas linguagens, aliadas à política e às políticas públicas, constituem por sua vez desafios à nossa compreensão e ainda mais: provocações às práticas pedagógicas daqueles/as que lidam com a infância, em especial, a educação infantil. Ainda atentos às possibilidades infinitas e fecundas de influência das artes e suas linguagens para compreendermos as crianças e suas linguagens ressaltamos que no Brasil artistas modernistas e críticos de arte, tais como Mário de Andrade, Mário Pedrosa, Flávio de Carvalho compuseram um cenário que apontava para a ruptura nos modos de ver as criações infantis, evidenciando a necessidade de dialogarmos com os artistas, críticos e outros tantos que compõem cenários em que a infância e seus processos de criação encontram-se presentes/ausentes. É importante observar que temos no início do século XX brasileiro aqueles que descobrem aspectos da infância, infelizmente, ainda negligenciados por muitos: a capacidade expressiva que pode em sua complexidade investir-se e embalar processos criadores de outros e não apenas de crianças. Artistas mostram-se embevecidos com a infância em seus momentos de expressão materializada em desenhos e pinturas, políticas públicas voltam-se com propostas que demosntram certa compreensão de meninos e meninas como criadores inventivos, desde que nascem. Sabemos que as atuais formulações voltadas à educação infantil de qualidade têm apresentado concepções de infância em que meninas e meninos são vistos como sujeitos histórica e socialmente situados, desde que nascem. Distanciando-se de concepções maturacionistas, são percebidas em sua inteireza.

Grande e desafiador momento este em que numa profusão de olhares e formas de conceber as crianças e em que estar junto com as crianças, com suas manifestações expressivas se constitui como eixo de preocupações, suscita curiosidades e implica formação, debate, diálogo e proposições políticas para a educação infantil. O Congresso Paulista de Educação Infantil – COPEDI – historicamente se constituiu como espaço para debates em que estudantes, profissionais da educação e pesquisadores/as da área de educação infantil têm oportunidade para convergir e confrontar ideias sobre infância e suas complexas e intrincadas relações sociais, culturais, econômicas, históricas e políticas. Rico momento este em que a educação infantil coloca-se no centro das discussões.

Politica, imaginação e fantasia dão o tom a este VI COPEDI. Trata-se de subversão às ordens? Vamos discutir este aspecto, uma vez que sabemos: as crianças com sua rica capacidade de conhecer e apreender mundos reclamam a cada minuto nossa subversão, exigentes mostram novas formas de olhar. E vemos? O VI COPEDI procura problematizar tais questões. A partir da composição de mesas em que essas temáticas estarão presentes em suas mais fecundas e entusiasmadas formas o objetivo será ampliar o leque de debates que têm foco nos meninos e meninas da educação infantil: construtores de culturas infantis, sujeitos históricos e de direitos.

Procura-se aqui provocar a pensar sobre os desafios a serem enfrentados quando se discute arte, imaginação, fantasia, infância e políticas para a educação infantil, concebidas em constante diálogo e não apartadas como frequentemente são vistas.

Bem-vindas e bem-vindos ao VI COPEDI convidando a todos e todas ao debate engajado, apaixonante e necessário.
Terça-feira – 04 de setembro de 2012
SESC Vila Mariana

09:00 – 09:30h: Abertura Oficial


09:30h – 12:00h: Conferência I
"Educação Infantil subvertendo as ordens?"
Gianfranco Staccioli (Universidade de Florença)
Maria Letícia Nascimento (FEUSP)


14:00h – 17:00h: Conferência II
"Políticas, imaginação e fantasia: utopias?"
Claus Jensen (Dinamarca)
Lisete Arelaro (FEUSP)


Quarta-feira – 05 de setembro de 2012
USP
09:00h – 12:00h: Mesas Redondas


Práticas Pedagógicas entre as professoras
Elina Macedo (EAUSP)
Ana Paula de Aguiar Maia Afonso  (SME-SP)
AUDITÓRIO EDUCAÇÃO FÍSICA

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