sexta-feira, 27 de abril de 2012

VI COPEDI - Congresso Paulista de Educação Infantil e II Congresso Internacional de Educação Infantil

O Congresso Paulista de Educação Infantil historicamente constituiu-se como um espaço de discussão destinado a profissionais, estudantes e pesquisadores da área de educação comprometidos com a infância e a educação infantil.


EIXO 1 - Políticas públicas para a Infância A Educação Infantil, como primeira etapa da educação básica 

Como primeira etapa da educação básica – em integração das instituições de educação e cuidado das crianças pequenas – conclama esforços coletivos de profissionais da área que, comprometidos com a infância, buscam garantir os direitos fundamentais, próprios e inalienáveis da criança.
As múltiplas dimensões do campo, as dificuldades em concretizar os avanços legais e combater projetos polêmicos no que se refere a financiamento, regulamentação, atendimento à demanda, formação profissional, condições de trabalho, ambientes das instituições, participação das famílias, políticas de educação formal e não-formal são o foco desse eixo. Nesta perspectiva, refere-se às experiências das gestões municipais, dos movimentos da sociedade civil (conselhos municipais e estaduais, fóruns, sindicatos, associações, ONGs) e das Universidades em torno dessas questões, assim como da articulação com os setores da assistência, saúde, cultura, urbanismo, entre outros, para que as políticas públicas voltadas para a infância possam, efetivamente, “pensar primeiro na criança”. 

EIXO 2 - Tempos, espaços, relações e infâncias: bases epistemológicas
O grande desafio das Pedagogias da Infância é a interlocução entre as Ciências da Educação e as Artes, compreendendo os tempos, espaços, relações e atividades da infância no plano das fortes modificações sociais presentes na contemporaneidade. Os conhecimentos acumulados nos campos da Filosofia, Pedagogia, Psicologia, Antropologia, História, Sociologia, Arquitetura, Artes e outros campos do conhecimento permitem construir novos paradigmas para a educação infantil. Neste eixo serão privilegiadas as produções que revelam e desvelam questões relativas às diferentes formas de ver e viver as infâncias em ambientes coletivos, sejam eles educacionais (creches e pré-escolas) ou não, contemplando e contextualizando contribuições de precursores/as da educação infantil e pesquisadoras/es contemporâneos. 

EIXO 3 - Identidades e formação docente

A identidade profissional dos adultos envolvidos com a educação infantil é construída na extensão de suas experiências ao longo da vida e pelas concepções e representações sobre a infância, a educação e as práticas institucionais. É revelada na pluralidade das identidades (de gênero, classe social, étnico-raciais etc) e se articula às propostas curriculares de formação inicial e continuada e com os processos de desenvolvimento profissional. Esse eixo busca, portanto, privilegiar uma perspectiva de educação infantil, identidade e formação docentes que não antagonizem a cultura lúdica e a cultura da escrita, que se traduzam em experiências e pesquisas. 

EIXO 4 - Práticas Pedagógicas, Culturas Infantis e Produção Cultural para crianças pequenas 
para crianças pequenas Este eixo pretende apresentar, problematizar e debater teorias e práticas pedagógicas que enfoquem a construção de Pedagogias da Infância e que contemplem as crianças e as professoras/es como protagonistas de uma relação educativa que envolve também as famílias, articulando-as à produção das diferentes linguagens e culturas tecidas pelas crianças. Pretende-se também destacar a variedade da produção cultural dirigida à Infância e produzida pelas crianças, revelando os contrastes presentes nas propostas pedagógicas, nas mídias e demais ações voltadas para as crianças.

informações: copedi@fe.usp.br 

telefone para contato: Universidade de São Paulo 

 EstudantesProfissionais da educação
até 15/06/20124565000
até 15/08/2012
até 06/09/2012

Programa



data
manhã
tarde
noite
segunda-feira
(03/09/2012)


[Auditório FEUSP]
Credenciamento
17:00h-19:00h | Reunião das chapas candidatas a grupo gestor do FPE
19:00h-20:00h | Acolhimento
terça-feira
(04/09/2012)
[SESC Pinheiros]
9:00h-12:00h | Abertura Oficial Conferência I
[SESC Pinheiros]
14:00h-17:00h | Conferência II

quarta-feira
(05/09/2012)
[USP]
9:00h-12:00h | Mesas-redondas

[FEUSP]
14:00h-15:30h | Apresentação de trabalhos
16:00h-17:30h | Apresentação de trabalhos
[FEUSP]
19:00h-20:00h | Reunião do MIEIB
quinta-feira
(06/09/2012)
[FEUSP]
9:00h-12:00h | Mesas-redondas
[FEUSP]
13:30h | Assembleia


inscrição on-line 
Responsáveis (da FEUSP) pelo Evento:
Marcia Aparecida Gobbi 
Maria Leticia Nascimento 

sábado, 14 de abril de 2012

As Cem Linguagens da Criança - Conheça a abordagem de Reggio Emilia


As Cem Linguagens da Criança

Loris Malaguzzi

A criança é feita de cem.
A criança tem
uma centena de línguas
cem mãos
uma centena de pensamentos
uma centena de maneiras de pensar
de brincar, de falar.

Uma centena. Sempre de uma centena de
modos de escutar
de admiração, de amar
cem alegrias
para cantar e compreender
cem mundos
para descobrir
cem mundos
para inventar
cem mundos
para sonhar.

A criança tem
uma centena de línguas
(E um cem cem cem mais)
mas eles roubam 99.
A escola ea cultura
separar a cabeça do corpo.
Dizem-lhe:
de pensar sem as mãos
fazer sem cabeça
para ouvir e não falar
de compreender sem alegria
de amar e de maravilhar-se
só na Páscoa e no Natal.

Dizem-lhe:
para descobrir o mundo já está lá
e do cem
eles roubam 99.

Dizem-lhe:
que trabalho e lazer
realidade e fantasia
ciência e imaginação
o céu ea terra
razão e sonho
são coisas
que não pertencem juntos.

E assim eles dizem que a criança
que o cem não existe.
A criança diz:
De jeito nenhum. O cem é lá.

Abordagem Reggio Emilia



Vídeo produzido pela UNIVESP TV para o curso de Pedagógia Unesp/ Univesp
Apresentação da abordagem de Reggio Emilia para educação infantil.


segunda-feira, 9 de abril de 2012

MOBILIÁRIO INFANTIL

UMA PARCERIA –  UNINOVE E O  PARA ALÉM DO CUIDAR-INSTITUTO

PROJETO MOBILIÁRIO INFANTIL

Bete Godoy
Patricia Rocha

O “Instituto Para Além do Cuidar” foi convidado pela Uninove–SP para participar do projeto Mobiliário Infantil Interativo.
Este projeto faz parte do curso de arquitetura e urbanismo que já está em sua 11ª edição. Essas imagens são da 9ª e 10ª edição respectivamente.

A proposta do curso é que os alunos elaborem projetos e criem protótipos de mobiliários infantis.

Nossa participação nessa 11ª edição consistiu em criar um ambiente imagético por meio das narrativas orais–contação de histórias. Contar histórias é uma arte milenar, que passa por diversas culturas e gerações.

Ao ouvir uma história a sensibilidade, o pensar e o imaginar são estimulados abrindo um caminho convidativo e desafiador para os futuros arquitetos que terão que materializar as ideias e sentimentos trazidos nas narrativas nos móveis que serão criados.

As histórias foram cuidadosamente escolhidas tendo como critério: qualidade literária, boas provocações à imaginação, texto desconhecido por eles, palavras chaves que pudessem ser transformadas em objetos criativos e acolhedores à curiosidade infantil.

Várias etapas compõem este projeto (narrativas, criação artística, contato com o texto, reflexão sobre as temáticas, iniciação do esboço do objeto, escolha dos materiais...) que será finalizado em julho com uma exposição.

Selecionamos 6 títulos uma para cada turma. Foi possível perceber como os (as) jovens e adultos se encantaram e ouviram atentamente a história.

Outro momento da nossa a participação foi conversar com os alunos sobre criança, escola e mobiliário na educação infantil.

Foi uma troca valiosa já que nada entendemos de arquitetura e eles ainda não tinham pensado na elaboração de um projeto voltado para crianças.

É uma proposta arrojada e inovadora nos cursos de arquitetura em São Paulo e com satisfação acompanharemos algumas ações do projeto.

Com certeza estaremos presentes na exposição.

Agradecemos o convite dos idealizadores do projeto, Profª Mestre Denise Xavier Mendonça e o Prof. Mestre Luis Octávio Rocha, os alunos e funcionários da marcenaria da universidade pela receptividade e carinho.

Felicitamos pela iniciativa de doação dos mobiliários para instituições de educação infantil que são indicadas pelos participantes. Um belo projeto que traz benefício para a comunidade infantil. Parabéns!
Em breve estaremos postando fotos do percurso de criação e da exposição.
HISTÓRIAS CONTADAS

 
 







































Ô FIM DO CEM, FIM...


UM ILUSTRE BRASILEIRO

Bete Godoy
Patricia Rocha

Mais que uma divulgação, fazemos aqui a nossa declaração respeitosa e amorosa ao autor de uma obra que provocará em cada leitor inúmeros questionamentos.

Imaginem só um homem que não frequentou a instituição Escola, mas, que por sua imensa admiração a palavra escrita e falada foi capaz de enunciar ao mundo um livro que fala de didática, astrofísica, política, culinária, meio ambiente, enfim, da vida nos mais diversos olhares das ciências a partir da sensibilidade humana.

Um “bucadinho” deste ilustre mineiro: Paulo Marques de Oliveira, conhecido também como Pedro Paulo é brasileiro, nascido no Vale do Jequitinhonha e tem no seu percurso de vida uma ação no mínimo corajosa: a venda de uma vaca para comprar seus primeiros livros.

Qual o significado de uma vaca para a sobrevivência de um povo daquela região? Qual a importância de aprender, entender, questionar, inventar, registrar e enunciar a palavra para Paulo Marques?

Parece que ambas são uma questão de sobrevivência: alimento para o corpo e para alma.

A venda da vaca possibilitou a compra de três livros considerados importantíssimos para ele: a bíblia, o dicionário e uma enciclopédia.

O que mudaria na vida deste homem a partir do contato com estes livros?

O que teria mudado se ele tivesse frequentado uma escola? Reconhecemos os saberes não institucionalizados dos cidadãos? Como a escola faz para conhecer, reconhecer e valorizar os saberes da comunidade local?

Afinal, os educadores enxergam que as pessoas independentes da escola produzem saberes? Como tudo isso está ou aparece no currículo de cada escola?

Paulo Marques em um dos textos do seu livro escreve: “LIVRO DIDÁTICO: SENDO A LUZ DO MUNDO.” Comenius na boca e no coração de um homem. Onde está Comenius para os educadores?


Sem a intenção de dar sentido as coisas, mas a de escrever sobre como percebia, sentia e o que pensava sobre o mundo ,as coisas, em especial as palavras, Paulo Marques cuidadosamente, ordenadamente dentro do caos causado pela ebulição de tantas ideias, teve seus registros transformados em um livro.

Vários estudiosos da antropologia, linguistas, educadores, artistas estão interessados em conhecer este homem e sua obra.

Hoje com a idade mais avançada sem o vigor pra enunciar os mais diversos sentimentos, inquietações e ideias por meio da palavra, Paulo Marques continua sendo referência no Jequitinhonha que agora dentro outras razões para ser lembrado tem um Mestre.

VÍDEO COM PAULO MARQUES DE OLIVEIRA
Parabéns a Marina da Veredas Editora por nos presentear com mais uma importante obra literária brasileira e a Angélica Sátiro pelo belíssimo prefácio dedicado aos leitores e ao seu amigo Paulo Marque de Oliveira que assim como ela e os filósofos se maravilham com vida, as pessoas e as perguntas.


Patricia Rocha, Angélica Sátiro, Bete Godoy e Félix de Castro
 
PARA SABER MAIS:
 
ARTIGOS:
http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=197491%2COTE

http://www.dcomercio.com.br/index.php/dcultura/sub-menu-dcultura/85245-enciclopedia-oca-universal-de-um-prefulgenciado

VÍDEO COM PAULO MARQUES DE OLIVEIRA http://vimeo.com/38885655

VEREDA EDITORA
http://www.veredaeditora.com.br/

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Inclusão na creche: Relato de Pratica à Luz da Teoria.


Por Denise Beraldo Valente e Claudia Lopes dos Santos

Nosso Histórico e Primeiras Considerações:

No ano de 2011, no CEI Jardim Rodolfo Pirani, localizado no Jd Promorar, Zona Leste de São Paulo,  fomos presenteadas com o Berçario II A. Recebemos 18 crianças com faixa etária aproximada de 1 a 2 anos de idade. Dentre elas, a imensa oportunidade de trabalhar com Mariana, Mari-Mari, como a chamamos carinhosamente.
Mariana frequenta o CEI desde 2010  por ser a primeira criança portadora de  deficiente visual toda a  equipe educadora teve e tem um preocupação muito especial em estimula-la,   ao final percebemos que todas as crianças ganharam pela necessidade de ofertar mais situações que estimulasse outras sensações (tatil, auditiva e olfativa).


Em 2011 era nitido os avanços da Mariana pelo denso trabalho desenvolvido, sua autonomia era o reflexo de um trabalho responsável e coerente, desenvolvido por uma gestão competente, professores dedicados e equipe de apoio (técnica, auxiliar, limpeza) muito bem disposta.

O Inicio:

No início do ano, durante alguns  momentos oportunos da Jornada Pedagógica buscamos maneiras de aperfeiçoarmos nossos conhecimentos para atende-la na prática:
Ouvir as professoras que trabalharram com ela no ano anterior, como é a Mariana, seu histórico familiar, seus avanços durante o ano e suas necessidades. Desde o início foi fundamental a parceira com as professoras SHIRLEY ESTELA BENICIO e VALERIA CRISTINA PEREIRA PAULINO . Valeria, especialmente, foi a professora que recebeu Mariana no CEI, ela nos falou de suas especifidades, suas reais necessidades, suas caracteristicas e, desta forma, com o apoio da gestão, demos início ao trabalho.
Podemos nos embasar em Maria Salete Fábio Aranha (UNESP-Marília), quando nos explicita, no texto PARADIGMAS DA RELAÇÃO DA SOCIEDADE COM AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, afirmando que:
“Não há modelos prontos, nem receitas em manuais. A sociedade brasileira ainda precisa tornar sua prática consistente com seu discurso legal.” (ARANHA, Pg 21)
Naturalmente ansiosas , porém totalmente amparadas, recebemos todas as crianças. Mariana, assim como todas e diferente de todas -  principalmente se considerarmos que ninguém é igual a ninguém - passou pela adaptação e acolhimento, já planejado em Projeto Institucional do CEI Jardim Rodolfo Pirani
Logo no início, em um movimento de proteção, notamos, que estavamos “protegendo” a Mariana durante alguns momentos. Ficávamos, por vezes, excessivamente próximas a ela e entregavamos tudo a ela primeiro.
“A primeira condição para que um ser possa assumir um ato comprometido está em ser capaz de agir e refletir” (FREIRE, Paulo, 1979:2011, 16).
Porém, rapidamente, em um movimento de reflexão, na medida que Mariana foi demonstrando suas potencialidades, percebemos o que a teoria já afirma: Mariana devia ser tratada como todas as crianças, respeitando suas especificidades, o que é natural em qualquer sujeito!



Formação Continuada – Condição Sine qua Non para prática de qualidade:

Como uma das formas de qualificar o atendimento, buscamos formação profissional no  Laramara – Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual (organização da sociedade civil, sem fins de lucro e sem vínculos políticos ou religiosos http://www.laramara.org.br/portugues/index.php).
O curso aprofundou nossos conhecimentos e afinou nosso olhar. Como resultado: Modificou muito nossa prática. A nossa Diretora, Maria Gorete, solicitou que repassássemos no momento de formação do CEI o que apreendemos no curso, afim de construirmos uma cadeia formativa na Unidade.
Notamos, por meio de nossos registros escritos e fotográficos, que o conhecimento do curso privilegiaram não só a Mariana, mas o grupo como um todo. Nosso trabalho melhorou e o resultado era visível: refletia-se nas crianças.

Algumas Experiências Pedagógicas (2011):


Experiências de exploração da linguagem verbal

“Conversar é uma atividade que se inicia cedo, desde os berçários. Nessa fase da vida, as conversas são menos coletivas: o professor é o parceiro mais próximo da criança, com quem ela inicia suas primeiras conversas ainda com balbucios, gestos, etc. Ao longo do tempo, o trabalho pedagógico pode ser organizado de modo a possibilitar que a criança organize seus balbucios em expressões que podem ser compreendidas por qualquer falante de sua língua e inicie sua apropriação da linguagem oral.”
(Orientações Curriculares – Expectativas de Aprendizagem e Orientações Didáticas Educação Infantil – Prefeitura de São Paulo, 2007: 81)


Experiências com a expressividade das linguagens artísticas


Mariana, com a Professora Valéria, no grande grupo em momentos de roda de conversa e roda de historia.

“Ao entrar no CEI, portanto, o bebê já será dono de um repertório musical, do qual farão parte sons familiares, músicas e canções entoadas pelas pessoas que conhece. No ambiente do berçário, este repertório se ampliará e novos sons passarão a fazer parte do mundo do bebê. Assim, é importante que os professores saibam que sua voz, as brincadeiras sonoras e canções que cantarão para as crianças estarão abrindo um canal comunicativo essencial para a integração do bebê na vida do berçário.
O canto do professor para o bebê estabelece um vínculo profundamente emotivo, e mais ainda se vem acompanhado do contato físico, do olhar e do seu próprio gosto por cantar.”
(Orientações Curriculares – Expectativas de Aprendizagem e Orientações Didáticas Educação Infantil – Prefeitura de São Paulo, 2007: 120)


Experiências de exploração da linguagem corporal


“A dança recria os movimentos, sensibilizando a criança para o valor expressivo dos seus gestos. É também uma importante fonte de prazer, autoconhecimento e sociabilidade, promovendo a construção de novas possibilidades expressivas e o aperfeiçoamento dos gestos, uma vez trabalhados de modo intencional na dança. Por meio dela a criança enriquece seu potencial expressivo conforme aprende a
explorar movimentos leves ou fortes, rápidos ou lentos, percorrendo diferentes áreas do espaço, sozinha ou interagindo com parceiros a partir de uma música, imagem ou outro estímulo. Ela pode, progressivamente, utilizar o corpo como fonte de investigação criativa do mundo e de si mesma, de suas idéias e emoções, explorando as formas de expressão corporal presentes no seu grupo social e em outros grupos.”

(Orientações Curriculares – Expectativas de Aprendizagem e Orientações Didáticas Educação Infantil – Prefeitura de São Paulo, 2007: 63)

Mariana gosta muito de dançar. Sabe diferenciar ritmos, sons e músicas. Dança sozinha ou acompanhada. Explora seu corpo com diversidade e competência. Conhece o mundo e interage pelo movimento. Nas festas, era nossa dançarina oficial!

 Experiências voltadas ao conhecimento e cuidado de si, do outro, do ambiente.


“O cuidar de si mesmo, o olhar-se com atenção e assumir as ações para o seu
próprio bem-estar, são atitudes que se aprende desde pequeno. Modos de cuidar são transmitidos por meio de práticas culturalmente instituídas e atualizadas de geração a geração. Ações muito simples, criadas nos momentos de lavar o rosto e as mãos, de arrumar o cabelo com cuidado, por exemplo, podem gerar aprendizagens sofisticadas de cuidar de si, com reflexos na imagem de si que cada criança está construindo. Também hábitos alimentares são aprendidos pela criança na relação com pessoas mais experientes, delas recebendo cuidados.
Na educação infantil, o professor é o principal parceiro da criança no aprendizado do cuidar de si. Ele necessita estar consciente do conteúdo simbólico das práticas que envolvem os cuidados voltados às necessidades físicas das crianças, além de ter um conhecimento básico sobre nutrição, metabolismo humano, saúde coletiva, processos infecciosos etc.”

(Orientações Curriculares – Expectativas de Aprendizagem e Orientações Didáticas Educação Infantil – Prefeitura de São Paulo, 2007: 44)


Experiências de brincar e imaginar.

“O faz-de-conta é marcado por um diálogo que a criança estabelece com seus parceiros e mesmo com bonecos. Ele requer constante negociação de significados e de regras que regem uma situação conforme as crianças assumem papéis, o que faz com que o desenrolar do enredo construído pelas interações das crianças seja sempre imprevisível. Com isso a brincadeira cria novidades.
Por meio do brincar de faz-de-conta, as crianças buscam superar contradições, motivadas pela possibilidade de lidar com o acaso, com a regra e a ficção, e pelo desejo de expressar uma visão própria do real, embora por ele marcada. Na linguagem criada no jogo simbólico, dentro de uma atmosfera ‘como se fosse assim ou assado’, a criança recombina elementos perceptuais, cognitivos e emocionais, cria novos papéis para si e reorganiza cenas ambientais, criando espaço para a fantasia.”

(Orientações Curriculares – Expectativas de Aprendizagem e Orientações Didáticas Educação Infantil – Prefeitura de São Paulo, 2007: 56)

Mariana adora pintar as unhas. Pedia frequentemente esta experiência. Após a pintura, ela passava um dedo sob o outro. Quem ela encontrava dizia: “Pinto, pinto a unha”.
Era um momento rico do faz-de-conta, como parte fundamental na importância do brincar e um aprendizado do autocuidado, com o qual,  sendo cuidada por um adulto afetivamente e fisicamente, ela aprendia a cuidar de si.


Experiências de exploração da natureza e da cultura:



“Elas podem aprender que há múltiplas culturas feitas pelos homens, cada uma delas rica em elementos simbólicos, em produtos artesanais, artísticos e técnicos.”

(Orientações Curriculares – Expectativas de Aprendizagem e Orientações Didáticas Educação Infantil – Prefeitura de São Paulo, 2007: 100)
Preparamos para o Berçario II A uma Vivência Yoga no CEI - http://paraalmdocuidar-educaoinfantil.blogspot.com/2011/09/vivencia-yoga-no-cei.html.
Mariana participou ativamente, observa com os cinco sentidos...


Considerações Finais:

Gostaríamos de ressaltar, por tanto, a necessidade de avançarmos no processo, não apenas de incluir, mas também de promover acesso e participação real. Referimo-nos à participação de qualidade a partir de uma consciência coletiva, não somente no espaço escolar, mas principalmente nos espaços sociais. 
Segundo Maria Salete Fábio Aranha “Não adianta prover igualdade de oportunidades se a sociedade não garantir o acesso da pessoa com deficiência a essas oportunidades. Muitos são os suportes necessários e possíveis de imediato. Outros demandam  maior planejamento a médio e longo prazos. Todos, entretanto, devem ser disponibilizados, caso se pretenda alcançar uma sociedade justa e democrática.” (ARANHA, Pg 21).
À Mariana, nossa Mari-Mari, nossas saudades e imenso desejo de sucesso, acesso,  superação e participação.
A todas as Marianas...que suas necessidades sejam atendidas, que a lei seja cumprida!



 




BIBLIOGRAFIA
ARANHA Maria Salete Fábio (UNESP-Marília). PARADIGMAS DA RELAÇÃO DA SOCIEDADE COM AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA. Disponível em http://www.centroruibianchi.sp.gov.br/usr/share/documents/08dez08_biblioAcademico_paradigmas.pdf.  Acesso em 10/Fevereiro/2012
FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Paz e Terra, 2011.
Orientações Curriculares – Expectativas de Aprendizagem e Orientações Didáticas Educação Infantil – Prefeitura de São Paulo, 2007.
SILVA, Saulo César da. Os estereótipos sociais e as narrativas: a construção das identidades sociais da pessoa com deficiência visual. 2008. Disponível em http://www.pasoapaso.com.ve/CMS/images/stories/variospdfs/saulosilva.pdf. Acesso em 10/Fevereiro/2012