sábado, 30 de outubro de 2010

RODA DE CONVERSA

Bete Godoy




EMEI RUMI OIKAWA

A prática de se organizar em roda para conversar traz inúmeros significados. A expressão por meio da linguagem oral de sentimentos, ideias, valores estão presentes em todas elas. Mas, não podemos afirmar que tenham  as mesmas finalidades e aprendizagens.
Cada uma carrega características e peculiaridades, e é importante que o professor saiba diferenciá-las para que possa fazer a melhor escolha na hora de planejar.

È muito comum reunir as crianças para informar sobre algo que está acontecendo na escola e que todos precisam saber principalmente em período de festa. A informação pode levar a pesquisa, a reflexão e ao conhecimento. Mas, pode ser meramente informação.

Em algumas situações se faz necessário conversar com as crianças, sobre o como fazer algo; o passo-a-passo de uma atividade(instruir). Este momento também é importante se queremos garantir o produto final. Um bom exemplo prático é quando realizamos atividades de culinária e mostramos as crianças o modo de fazer.
As crianças acompanham o professor executando e em outras vezes participa fazendo segundo a instrução recebida. O mesmo acontece quando reunimos a turma para demonstrar ou ensinar as regras de um jogo.
Observem que a participação das crianças nestes dois casos acima apresentados é muito mais como ouvinte e a fala apenas para esclarecimento de dúvidas. A fala do professor é uma característica bastante presente, pois, é ele quem disponibiliza as informações e instruções. As crianças têm um papel maior como ouvinte ou de realizador.

Já as conversas informais são comuns na rotina e contribuem para estabelecer afetividade no grupo, oferecendo importantes elementos e informações para que o professor possa conhecer melhor a sua turma e planejar novas situações a partir das necessidades e interesses das crianças. Permite a livre expressão sem o compromisso sistemático de avançar, esmiuçar e chegar ao conhecimento mais elaborado. Neste momento a participação das crianças falando é maior e professor tem  importante papel de ouvinte atento e de mediador  para que todos possam falar. A conversa fica mais solta é muito comum as crianças falarem sobre assuntos diversos.

O momento da conversa que se destina a investigação, entendemos investigação como busca, pesquisa, indagação com a finalidade de saber algo ou de saber melhor algo, não é comum no cotidiano escolar.
Este momento contribui para que as crianças sejam capazes de construir conhecimentos importantes para o seu desenvolvimento. Estimular para que aprendam a observar, perguntar, levantar hipóteses, imaginar, pensar e buscar comprovação é possível na educação infantil.
O professor tem dificuldade em saber como mediar uma conversa investigativa para que a num esforço conjunto possam esclarecer, esmiuçar com maior profundidade ideias e conceitos sobre algo.


Pofessora Angela
EMEI Danton Castilho
Com os pequeninos o tempo de concentração para a conversa é menor, mas não impede que o professor ajude, provoque e estimule as crianças a pesarem além do que elas já sabem.
Mediar uma roda de conversa é uma habilidade importante e que precisa ser aprendida pelo professor. Quanto mais ele planejar, organizar e fizer de tal prática,  maior habilidade terá para ajudar as crianças no momento da conversa.

Professora Ana Cristina
EMEI Danton Castilho
Reconhecendo que nossa intervenção pedagógica exerce nas crianças profundas e importantes aprendizagens há de se ter cuidado especial no ato de PLANEJAR. Com qual propósito organizamos o momento da conversa com as crianças?

Professora Mercia
EMEI Danton Castilho

Convido você leitor a retomar questões importantes no artigo anterior em que tratamos sobre: O que o professor precisa saber para garantir situações que rendem boas conversas http://migre.me/1TjiT

Apresentamos a seguir uma roda de conversa realizada com crianças de cinco anos. Agradecemos a professora e as crianças por permitirem a filmagem e disponibilizarem o material para que possa ser objeto de análise e reflexão.
 Antes do vídeo:Contextualizando
A roda de conversa (em vídeo) é parte do projeto que tem como título: Belezas do Brasil.
Em um  dos momentos do projeto as crianças colocaram que o futebol é motivo de orgulho para o povo brasileiro. Sabendo que as questões culturais influenciam nas necessidades e vontades do que conversar não foi surpresa que este assunto fosse apresentado pela turma, já que estávamos na época da copa do mundo. A professora achou o assunto pertinente ao projeto e aproveitou o interesse das crianças ampliar novos conhecimentos. 

Professora:  Genilda Viana ( EMEI RUMI OIKAWA)
Objetivos:
• Saber o que as crianças compreenderam das informações apresentadas durante o projeto.
• Conhecer mais sobre o que elas pensam sobre o assunto.
• Avançar por aproximações sucessivas em novos conhecimentos a respeito de copa do mundo e futebol.
Oportunizar um momento de conversa sobre um assunto que é de interesse das crianças.


 

BOAS PERGUNTAS PARA REFLETIR SOBRE A PRÁTICA E PROCESSOS

1.Quais os ganhos dessa atividade oferecida às crianças?

2.O que as crianças já sabem sobre esse assunto?

3.O que ainda podem aprender?

4.O que elas aprenderam?

5.Quais os encaminhamentos para as crianças que têm maior dificuldade?

6.Como provocar desafios cada vez mais pertinentes?

7.A atividade planejada está de acordo com os objetivos propostos pela professora?

8.Qual a importância do professor saber as possibilidades de boas conversas sobre o assunto?

9.Como foi a participação das crianças?

10. Como foi a participação e intervenção da professora?

11.O que a professora já sabe sobre está prática?

12.Em que ela ainda ( a professora) pode avançar sobre esta prática?

Délia Lerner afirma que não existem práticas perfeitas, mas sabemos que utilizar os bons modelos da própria unidade ou de outro local como instrumento de reflexão pode ser um caminho interessante quando o grupo está disposto a pensar sobre a prática a luz das teorias.
Ressalto  que experiência apresentada não tem a finalidade de se constituir como modelo a ser seguido, mas, sim o objetivo de análise e estudo. Diante dele, discute-se a natureza dos encaminhamentos presentes na situação didática, estabelecem-se relações com prática possibilitando o encorajamento para a iniciativa a partir dos bons “resultados” que foram observados.

Para saber mais:

http://migre.me/1Tj8v  Linguagem oral...  

http://migre.me/1Tjf9  Roda de conversa:Para que serve?

http://migre.me/1TjpF  Literatura e a criança

http://migre.me/1TnhQ  Ler para ser, sonhar, aprender...e apenas ler.

Agradecimentos:

Ricardo Vasconcelos (ATEII da EMEI RUMI) pela edição do vídeo.

Vilma Francisca da Silva pela coordenação o projeto: Belezas do Brasil -2010.

Nilza Floripes Menezes Coordenadora da EMEI Danton Castilho por disponiblizar: o texto boas perguntas para refletir sobre a prática e processo e as professoras pelas fotos de atividades de roda de conversa.

6 comentários:

Pri disse...

olá..
que legal seu trabalho e seu blog, parabens..venha conhecer o meu, estou fazendo um sorteio...se quiser participar será uma alegria..beijos

Anônimo disse...

Parabens pelo trabalho e obrigada pelas sugestões, sempre muito criativas e enriquecedoras!
Marcia

Anônimo disse...

A Roda de Conversa é a primeira experiência democrática de um indivíduo. Estudos já provaram que essa prática em sala promove melhor relacionamento e comportamento entre os alunos, elementos indispensáveis para aprendizado de qualidade e harmonia dentro das escolas. É uma atividade que não requer grandes recursos; basta comprometimento da escola em montar um processo continuo, com sessões semanais.
Boa Sorte e boa aula
Andrea C. N. Ferreira
Profa. de Educação Bilíngue

Anônimo disse...

A roda de conversa e um momento estritamente importante para o processo de ensino e aprendizagem das crianças.

Anônimo disse...

Bom

Anônimo disse...

Oi!
Achei seu trabalho engrandecedor.Parabéns, pelo seu blog!
Roda de conversa é uma atividade de grande aprendizado, tanto para os alunos, quanto para o professor. Muito bom seu ponto de vista na questão:relacionamento e interação dos alunos;