sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Fazendo Peraltagens com as Palavras e as Imagens

Bete Godoy
Esse foi o nome do encontro com o escritor Ilan Brenman que reuniu 160 pessoas na biblioteca Hans Christian Andersen localizado no Tatuapé em São Paulo.
Uma manhã repleta de emoção e um gostoso convite para passear pelo mundo da filosofia e da literatura.

Falar, pensar e viver a FELICIDADE requer movimento segundo Aristóteles. Foi assim que Ilan nos trouxe por meio dos contos árabes, judaicos e budistas a provocação reflexiva sobre o significado da vida.
Viver uma vida sem reflexão e isolada não faz sentido”. E nesta dança de idéias conversamos sobre o que é necessário para sermos felizes.
Diante das várias facetas levantadas nos adentramos ao mundo das histórias como registro das marcas pessoais.
Como o mundo das histórias e literatura provoca marcas importantes na história da humanidade?

É possível ser feliz o tempo todo?
Rubem Alves diz que uma vida é repleta de Felicidades. Cada uma a sua maneira, por várias razões e nem sempre o tempo todo e quiçá juntas.
Se para existir a cor é necessário haver luz, para ser feliz é preciso conhecer o que é a tristeza e desta forma saberemos distinguir um sentimento do outro.
As histórias estão repletas de tristezas e alegrias, sonhos e decepções, coragem e medo, amor e ódio enfim, um eterno desvelar da essência humana.
E não poderia ser diferente. Somos tudo isso
.

Assim como na brincadeira de faz-de-conta, as tramas das histórias ajudam o leitor a lidar com as questões de compreensão de mundo e das relações humanas.
Escrever ou ler histórias somente de virtudes é negar a nossa essência é se enganar pensando que somos um Ser de uma única dimensão.
É no paradoxo das relações humanas que o universo literário viaja e contribui não para que nos tornemos pessoas dóceis, mas sim, capazes de fazer melhores escolhas
.

Ilan também apontou sobre uma preocupação infundada por parte de alguns pais e educadores em oferecer as crianças histórias ou canções que não abordem questões ligadas a violência. Trocando as palavras e o contexto das mesmas destruindo uma tradição popular.
As razões pelas quais os conflitos de convivência e violência estão presentes na sociedade não estão ligadas a literatura. Citou Lacan, dizendo que aquilo que não nomeio vira monstro. As músicas e a literatura concretizam as emoções.

A literatura precisa ser transgressora, deve tirar da comodidade e do medo.
Existe uma convenção mercadológica das editoras em estabelecer uma faixa etária para os livros, mas que o autor revelou não escrever pensando a que público se destina. “Uma boa história, uma viagem interessante não tem idade”. Ouvir suas filhas conversando é sua maior inspiração para escrever seus livros.
Ao oferecer os livros em especial as crianças é importante garantir a diversidade de temas, gêneros, formatos ...ampliando o universo literário de quem lê.

Terminamos o encontro com leitura de um de seus livros O Senhor do Bom Nome ( editora Cosac e Naify) que é repleto de encantamento, sonhos, poesia e vida.
Minha filha Ana Julia de 8 anos de idade adora ouvir esses contos judaicos, comprovando que um boa história não tem idade
.

E a você leitor, fica o convite de conhecer mais sobre esse poeta de almas através de suas lindas histórias.

Conheçam alguns títulos do autor


Site do autor: www.ilan.com.br.
Você poderá se cadastar e receber por e-mail informativos sobre as publicações do autor além de navegar por vários links interessante. Vale apena conferir.

No período da tarde continuamos o encontro com FERNANDO VILELA falando sobre os caminhos da literatura e a imagem narrativa. Foi maravilhoso mas essa é outra história que depois contaremos.

PARA SABER MAIS
BIBLIOTECA HANS CHRISTIAN ANDERSEN

Av. Celso Garcia - 4142 - Tatuapé
03064-000 - São Paulo - SP
Tel/Fax: (11)2295-3447


O projeto “O Escritor Na Biblioteca”

ESCRITORA: KÁTIA CANTON
DATA: 21/09/2010 - Terça-feira
HORÁRIO: 14H30
EVENTO: GRATUITO
PÚBLICO: Contadores de Histórias, educadores e professores
OBJETIVO:
A aproximação do escritor com o leitor, promovendo a leitura e a escrita através de um bate-papo informal entre o escritor e seu público, seja ele crianças, educadores e pessoas em geral.


Formada em Artes pela Universidade de Nova York, docente e curadora de arte do Museu de Arte Contemporânea, da USP, é também escritora de livros infanto-juvenis especializados nos temas dos Contos-de-Fadas(http://www.katiacanton.com.br/)

Algumas obras de sua autoria:

As 1001 Noites à Luz do Dia: Sherazade Conta Histórias Árabes
Contos que Brotam nas Florestas: na Trilha dos Irmãos Grimm
Debaixo de uma Cerejeira: Histórias Contadas no Japão
Era uma Vez Esopo
Era uma Vez Irmãos Grimm
Fadas que não Estão nos Contos: uma Confusão de Contos
Lewis Carroll na Era Vitoriana: Outras História de Alice
O Príncipe Encantado e o Mico-Leão-Dourado

O Roubo do Arco-Íris: uma Fábula Sobre as Cores
O Sonho da Princesa
Os Contos de Fadas e a Arte


Endereços eletrônicos da biblioteca:
bmhanscandersen@yahoo.com.br
http://mail.uol.com.br/compose?to=bcsp.hcandersen@prefeitura.sp.gov.br
http://bibliotecacontosdefadas.wordpress.com/

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