segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Das rodas de conversas as conversas informais

Conversa vai, conversa vem...
Bete Godoy
Foi assim que Nicolau, personagem do livro Nicolau tinha uma ideia de Ruth Rocha, começou a ter várias ideias e a partir daí muitas coisas aconteceram...
Conta a história que um sujeito chamado Nicolau chega num lugar onde cada pessoa tem só uma ideia na cabeça e ele também. Vivia cada um com a sua única ideia.

Até que um dia Nicolau resolveu contar a sua ideia para outra pessoa. As pessoas começaram a trocar suas idéias umas com as outras, a falar o que pensam, desejam e sentem. Tudo mudou naquele lugar. Agora as pessoas se reúnem para partilhar e conhecer novas idéias.


A conquista da linguagem oral é um marco no desenvolvimento do homem. Ela possibilita dentre outras coisas, que o homem planeje suas ações e a solução para um problema antes da sua execução.
Falar, conversar é algo aprendido na cultura. A linguagem oral e escrita é uma construção social. Não falamos apenas porque temos os órgãos reprodutores da fala. Ouvimos as pessoas falarem e assim as imitamos.


As primeiras falas se dão no convívio familiar e aos poucos vai se ampliando na medida em que esta criança interage com outras pessoas. Aprender as práticas sociais típicas dessa língua é algo que se faz praticando. ( Orientações Curriculares para Educação Infantil- Secretaria Municipal de Educação de SP).

O momento da alimentação é um convite para
o bate-papo entre amigos.

CEIs e EMEIs têm papel fundamental no desenvolvimento da linguagem oral, devem possibilitar as crianças momentos onde possam conversar com seus pares.

Afinal, para que serve a conversa?



• PARA SE COMUNICAR
• SE CONHECER
• RESOLVER PROBLEMAS E CONFLITOS
• AMPLIAR CONHECIMENTO
• COLOCAR PROPOSTAS
• CHEGAR A UM CONSENSO
• SOCIALIZAR
• FOFOCAR
• ACOLHER
• TROCAR EXPERIÊNCIAS...

São várias as situações em que conversa pode ser estimulada no cotidiano escolar, mas dentro das modalidades organizativas é comum ter um espaço reservado para denominamos RODA DE CONVERSA.

As Orientações curriculares para a educação infantil traz os conteúdos e aprendizagens reunidos em campos de experiência e são eles:
a. Experiências voltadas ao conhecimento e cuidado de si, do outro, do mundo
b. Experiências de brincar e imaginar.
c. Experiências de exploração da linguagem corporal.
d. Experiências de exploração da linguagem verbal.
e. Experiências de exploração da natureza e da cultura.
f. Experiências de apropriação do conhecimento matemático.
g. Experiências com as expressividade das linguagens artística.
O documento apresenta na linguagem verbal as rodas de: conversa, contação, mauseio e de leitura que se organizam da seguinte maneira:

Qual a importância da roda de conversa para o desenvolvimento infantil?
A roda de conversa cria um tipo de interação totalmente diferente da conversa em pequenos grupos: no coletivo, as crianças precisam colocar em jogo competências lingüísticas e expressivas que não são acionadas quando o diálogo é entre duas pessoas.
DIÁLOGOLATIM
DIÁ- ENTRE LOGO-PALAVRA
A PALAVRA QUE CIRCULA ENTRE
VÁRIAS PESSOAS.

RELAÇÃO DIALÓGICA NÃO SIGNIFICA CONCORDAR COM A IDÉIA DO OUTRO, MAS, CONSIDERAR (Marcos Lorieri)

Entendemos roda de conversa como recurso pedagógico democrático que vai proporcionando o uso da palavra, que não é apenas som... mas que é, também, pensamento, concepção de mundo, ação, sentimento, posicionamento diante da realidade.
Este movimento dialógico, Paulo freire denomina como círculo de cultura e Vygotsky de interações sociolingüísticas.

É importante que as instituições de ensino proporcionem situações em que crianças, jovens e adultos no exercício democrático da expressão ideias, sentimentos e desejos busquem e construam resposta às necessidades de organização de ideias e gerência de conflitos favorecendo o cultivo de valores da solidariedade, do amor e da amizade, do respeito às diferenças, do senso crítico, do aprendizado dos direitos e dos deveres para uma vida em cidadania.

É na troca de ideias que as pessoas têm grande chance de estar expondo suas ideias aos outros, de estar escutando as idéias dos outros sobre o mesmo assunto, de estar comprando suas idéias com a dos outros e a dos outros entre si, a partir daí, podendo melhorar, completar, ou modificar o que pensam ou, então, confirmar ainda mais seus pontos de vista.

Roda é movimento, que contribui à produção do conhecimento não de um conhecimento qualquer, mas daquele que se registra, se elabora, se amplia e se reconstrói. Conhecimento próprio do ser humano do ser humano que existe, sempre, em toda sua vida, tenha ele zero, cinco, dez ou oitenta anos de idade.

*Educação bancária. Um fala e todos ouvem. As pessoas não se olham.

*Instalação: Respeito às diferenças.
Professora Ivone (crianças de 4 anos).
O movimento é de dentro para fora e de fora para dentro.

A roda de conversa cria a oportunidade das pessoas conversarem por meio da palavra, dos gestos, das expressões. Quando estamos de frente uns para os outros, num sentido de unidade, mas, de multiplicidade de saberes temos a oportunidade de conhecer melhor outros, a si próprio e o mundo. È um convite a pergunta e um estímulo a curiosidade. Quando existe relação de confiança no grupo os participantes se sentem seguros e sem medo de se expor.

domingo, 29 de agosto de 2010

O que o professor precisa saber: para oferecer situações que rendem boas conversas:


1-O modo próprio como a criança pensa e conversa:
• A criança ainda está em fase de construção dos conceitos e de abstração para isso faz uso da imaginação e emoção para expor seus sentidos e conhecimentos. A subjetividade para ligar uma idéia na outra é uma presença marcante.
• Os diálogos são marcados por generalizações confusas, porém é possível afirmar que existe pensamento (pensamento de criança).Vygotsky chama de pensamento sincrético.
• Quanto mais rica for a experiência pessoal da criança, mais material sua imaginação terá a sua disposição para construção de conhecimento.


2-Planejar boas situações para conversa.• Se utilizar texto, história, imagem, música e etc como elemento desencadear precisa conhecer bem o material para saber mediar às falas durante a conversa.
• Pensar em possibilidade de conversa que o material oferece.
• Garantir espaço e tempo adequado para o momento planejado para conversa.
• Respeitar o tempo de “concentração” das crianças. A faixa etária deve ser levada em consideração. Os pequeninos se dispersam com maior facilidade.
*Roda de manuseio e conversa durante a formação de professores
3-Valorizar as conversas espontâneas das crianças.
• Ouvir o que as crianças pensam livremente em especial enquanto brincam e fazem as refeições.
4-Observar e registrar (quando necessário transcrever as conversas das crianças) para:
• Compreender como as crianças pensam.
• Saber o que elas: gostam, sonham, suas dificuldades, desejos, valores e etc.
• Para planejar novas situações.

5-Ser o mediador e não o doutrinador durante a conversa.• Não impor seus valores como corretos.
• Participar como sendo mais um membro do grupo.
• Não concluir no lugar da criança.
• Respeitar a possibilidade e a necessidade de cada um concluir por si e para si.
A construção de idéias é coletiva, mas conclusão é individual.
As crianças são curiosas por natureza e muito mais que a capacidade de responder o educador precisa estimular e valorizar a capacidade de perguntar.
As crianças são capazes de conversar sobre os mais diversos assuntos e com a ajuda do adulto, novas idéias vão brotando.
*Não queremos ter uma só idéia na cabeça, queremos?

0bs: Esta semana apresentaremos um vídeo de uma roda de conversa com crianças de 5 anos. Boas práticas a luz da teoria. Não deixe de conferir.
Para saber mais:
1-Vygotsky, L. S. A formação social da mente. Martins Fontes.
São Paulo
2-Freire, Paulo. Papel da Educação na Humanização. Revista Paz e Terra.
-Pedagogia da Esperança . São Paulo: Paz e Terra.
3-Oliveira, Zilma Ramos de Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez Editora.
4-Lorieri, Marcos Antonio. Filosofia: Fundamentos e Métodos. Cortez Editora.
5-Lipman, Mathhew; Oscanyan. Fredericks S. e Sharp, Ann Margareth. A filosofia na sala de aula. Editora Nova Alexandria.
6-Rocha, Ruth. Nicolau tinha uma idéia. São Paulo. Quinteto Editorial.
7-Warschauer, Cecília. A roda e o registro. Paz e Terra editora.
8-Orientações curriculares. Expectativas de Aprendizagem e Orientações didáticas para educação infantil. Prefeitura do Município de São Paulo .
9-Scarpa, Regina.Pensamento de criança. Revista Avisa Lá.
10-Rede em rede formação continuada na educação infantil. Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010


“De tudo ficaram três coisas...
A certeza de que estamos começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar...
Façamos da interrupção um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro!”






PROFESSORA MARIA VILMA RAMOS DOS SANTOS PRADO

sábado, 14 de agosto de 2010

Casa de estimulação

Quitéria Da Costa Campanaro





Objetivo:
  • Estimular o tato, a visão e audição

Materiais utilizados:


  • Papelão e uma caixa de papelão grande (fogão);
  • Tiras coloridas de papel contact;
  • Contact transparente;
  • Tela para fazer o quadro;
  • Tecidos usados recortados de diversos tamanhos e coloridos;
  • Bijuterias quebradas;
  • Corda para o acabamento do piso;
  • Tampa de cesta de vime;
  • Espelhos;
  • Embalagem de sonho de valsa;
  • Rendas e fitas;
  • Retalhos de EVA;
  • Brinquedos velhos;
  • Flores de fuxico;
  • Cola quente, cola branca, estilete e tesoura


    A execução

    1. Primeiro passo separar todo o material disponível Cortar com o estilete na caixa as janelas, as portas, o focos de luminosidade do teto, o espaço para o espelho, os cortes circulares laterais em três tamanhos diferentes, em seguida;
    2. Reforçar toda a caixa com as tiras de papelão e cola branca.;
    3. Deixar secar.
    4. Cobrir toda a caixa com o contact colorido procurando usar cores diferenciadas para que fique chamativa









    5. Colocar os acessórios tais como a janela, o espaço de luminosidade do teto com a embalagem acrílica de sonho de valsa, o espelho que deve ser de moldura de madeira, a tampa da cesta de vime serve como grade para a janelinha e os círculos laterais;

    6. Todo esse processo deve ser muito bem feito para dar segurança para as crianças, utilizando-se a cola quente e dando o acabamento com as bijuterias de acordo com a criatividade;
    7. Colocar a maçaneta na porta, a cortina de fita com guiso e argolas para fazer sons diversos na outra porta;
    8. Nas paredes internas colocar o interruptor, o quadro feito com bijuterias e demais acessórios que a sua criatividade conceber. O chão foi feito com tecido recortado de diversos tamanhos e cores, formando um mosaico bem colorido, depois revestir com contact transparente e fazer o acabamento lateral com a corda e cola quente.
    9. Agora é só fazer o acabamento geral, colocando acessórios que desenvolvam a visão, percepção de si, do outro e o tato.
    10. Nos utilizamos tecidos peludos, ásperos e metálicos, flores de EVA e recortes de tecidos com cachorrinhos
    .




    Os detalhes















    As Interações