sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Uma experiência formativa: Capacitar E.I. Instituto Avisa-lá




Por Maria Cristina dos Santos
e Sylvia Georgina Freire de Souza



A formação da equipe gestora junto ao Instituto Avisa-lá (2006 a 2008) foi de suma importância para ampliarmos nosso olhar para um universo infantil, vislumbrando novos caminhos para o plano de formação em serviço em nosso Centro de Educação.
A parceria com as nossas formadoras Ana Lúcia Bresciane (pedagógica), Elza Corsi (gestão) e Damaris Maranhão (saúde) foram fundamentais pela disponibilidade e generosidade em compartilharem seus saberes.
É claro que a formação por si só não garante a mudança de paradigmas, da concepção assistencialista que organizavam rotinas com base na compreensão de que as necessidades atendidas eram apenas de ordem biológica para concepção da criança como sujeito de direito, onde o binômio cuidar e educar é indissociável.
Entre os fatores fundamentais para que este processo de formação seja bem sucedido são:

  • A parceria entre direção e coordenação pedagógica compromissada com a busca de uma educação pública de qualidade;
  • O comprometimento de toda equipe de educadores, entendendo por educadores os envolvidos direta ou indiretamente nas experiências nas diversas linguagem que permeiam o universo infantil, que cultivam a vontade de acertar e que acolheram os desafios propostos;
  • A parceria com a família;
  • Um número reduzido de remoção dos profissionais. O que gera a constituição do grupo, criando assim um vínculo maior com a comunidade.
  • Formação em serviço contextualizada a partir das práticas do cotidiano e a prática a luz das teorias, sem desprezar os conhecimentos empíricos da equipe educadora

No início do processo de formação fomos instigadas com a seguinte questão:
Qual a concepção de educação de verdade permeia a nossa prática referente à higiene pessoal?
A partir deste questionamento passamos a observar os nossos fazeres e percebemos a cristalização das práticas relativas à higiene entre as quais: lavar as mãos, lavar o rosto, escovar os dentes, , cuja quais não considerávamos interessantes.
Por uma estratégia formativa optamos por eleger os nossos momentos de refeição, no qual iniciamos com um olhar mais cuidadoso e passamos a repensar em nossas práxis. Foi um trabalho árduo, porém os pequenos ganhos tomaram proporções gigantescas, mexendo com as nossas crenças, valores e saberes.
Os objetivos da formação em serviço passaram de fato:

  • Contextualizar a nossa prática a luz das teorias, sem desprezar os conhecimentos empíricos da equipe educadora;
  • Garantir o lugar da criança como sujeito de direito;
  • Proporcionar situações onde a criança consolide a sua autonomia e construa hábitos de higiene;
  • Demonstrando a relevância das interações ocorridas na rotina da instituição, que ao mesmo tempo transformam o sujeito e o educador
  • Construir a identidade do profissional da educação infantil

Neste momento elegemos duas práticas para compartilharmos nosso processo de refinar o olhar como uma possibilidade de prática viável, uma é a higienização das mãos, por acreditarmos na importância deste pequeno ato cuja ação reflete na saúde coletiva, evitando em até 80% de disseminação de doenças infecto-contagiosa e a outra prática eleita foi à escovação dos dentes por acreditarmos que é possível construir hábito de higiene desde a mais tenra idade. Em oposição à homogeneização das instituições que ainda zelam por um “currículo” uniforme, pronto-a-vestir de tamanho único, para todos os alunos, todas as escolas e todos os professores, independentemente das características e aptidões dos que transmitem e dos que o recebem e das condições da sua implantação (Formosinho 2007).
A seqüência didática é uma forma que utilizamos para sistematizar nosso trabalho, porém as coisas muitas vezes ocorrem simultaneamente.

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