domingo, 11 de novembro de 2007

“XÔ MAU HÁLITO”

Francilene Pereira de Lima Maria José Pinheiro Araújo
Marly Kennerly Marcondes Gonzaga Tânia Cristina Pereira Ferreira


Ao longo do 1º semestre observamos que a higiene bucal nas crianças do BII, na faixa etária hoje de 2 anos e 3 meses a 2 anos e sete meses, era deficiente, a maioria apresentava dentes com pontos escuros, com restos alimentares e mau hálito. Conversando com os pais, soubemos que apenas algumas famílias faziam a higiene bucal da criança à noite. Daí surgiu à necessidade de ensinar o grupo de crianças a fazer escovação no período da manhã e tarde, visto que passam aproximadamente doze horas no CEI.
As professoras se pré-dispuseram a garantir a realização da higiene bucal duas vezes ao dia, visando a criação e apropriação deste hábito de cuidado pessoal pelas crianças. Com o objetivo de colaborar para a construção da identidade pessoal dentro do ambiente coletivo, implementamos também a utilização da necessaire pelas crianças, contendo nela os objetos de uso pessoal necessários para seus cuidados.

Para introduzirmos o processo, realizamos uma palestra com os pais, na qual apresentamos a proposta enfocando a necessidade e importância da escovação para essa faixa etária, e solicitamos a sua colaboração: o envio de um kit (escova, copo, toalha e necesserie). O creme dental não foi inserido no kit, devido ao fato da criança ingerir o mesmo, podendo causar fluorose dental, uma alteração do esmalte por ingestão excessiva de flúor.

Com o grupo de crianças demos início às atividades realizando algumas rodas de conversa, com o intuito de apresentar a proposta e de compartilhar alguns procedimentos e formas de organização e, assim que as necessaires chegaram, introduzimos a escovação em nossa rotina diária.
Devido às condições físicas da sala, as crianças precisam ser divididas em dois grupos e deslocar-se para outras salas.


No início o grupo precisava muito de nosso apoio, contudo no decorrer do processo, realizando a escovação diariamente, as crianças estão aprendendo de fato a se organizar e a fazer a sua própria escovação. Cada vez precisam de menos ajuda, e com isso conquistam maior autonomia. Olham - se nos espelhos e com certa habilidade escovam os dentes e a língua, além de cuidarem dos seus objetos, identificando-os rapidamente. Ainda necessitam do auxílio das professoras para colocar pouca água na caneca evitando desperdício.
As famílias têm nos relatado a melhoria na escovação realizada em casa e como as crianças deixam-se higienizar. Temos, ainda, uma criança em tratamento dentário, visto que, a partir das escovações, a mãe percebeu que estava com os dentes comprometidos com cáries.
Desafio:
Sensibilizar as autoridades competentes a investirem em políticas públicas que atendam as reais necessidades para atender as especificidades da criança de 0 a 3 anos, no que concerne às instalações e materiais, para atingir a qualidade do trabalho embasada no binômio educar-cuidar.


Bibliografia:
Zabalza, Miguel A. Qualidade em Educação Infantil. – Porto Alegre: Artmed, 1998.281 pág
Santos, Lana E. Silva. Creche e Pré-escola: uma abordagem de saúde – São Paulo: Artes Médicas. 2004. 227 pág
Rossetti-Ferreira, Maria Clotilde et.al. Os fazeres na Educação Infantil – 2 ed. Ver. ampl. - São Paulo: Cortez, 2000
Brasil. Ministério da educação e do Desporto. Secretária de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – Brasília: MEC/SEF, 1998. 3 v.: il.

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